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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Câmara vê nova ‘interferência indevida’ de Dino e aciona Procuradoria Parlamentar para recorrer

Cúpula do Congresso tem “carta na manga” para transformar emendas de comissão em individuais, de pagamento obrigatório, o que pode colocar em risco governabilidade de Lula

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Foto do author Iander Porcella
Atualização:

Lideranças da Câmara, que já viajaram para passar o Natal em suas bases eleitorais, foram pegas de surpresa com a nova ação do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado suspendeu a liberação de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão que seriam pagas ainda este ano e determinou a abertura de um inquérito pela Polícia Federal para investigar a captura desses recursos. Deputados ligados a assuntos orçamentários ouvidos pela Coluna do Estadão disseram ter acionado a Procuradoria Parlamentar, órgão responsável pela defesa jurídica da Casa, para avaliar o cenário e eventualmente recorrer da decisão.

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Como mostrou a Coluna do Estadão, a cúpula do Congresso vinha afirmando que tinha uma “carta na manga” caso houvesse um novo “ataque” à liberação de emendas. É uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria de Altineu Côrtes (PL-RJ), que pode acabar com a governabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto do parlamentar oposicionista transfere as verbas das emendas de comissão para as individuais, ou seja, torna todas as emendas impositivas (de pagamento obrigatório). O aumento da insatisfação dos deputados e senadores pode impulsionar a PEC, mas esse movimento teria de esperar a volta do recesso parlamentar.

Depois de meses de impasse e a aprovação de um projeto de lei com novas regras para a execução de emendas, o STF havia liberado o repasse das verbas no início de dezembro, desde que fossem respeitados os critérios de transparência e rastreabilidade. De acordo com Dino, contudo, a forma de indicação das emendas de comissão ainda “perpetua” a ocultação do nome dos parlamentares que solicitaram os recursos. Parlamentares, por outro lado, dizem não ver sentido na “insistência” do ministro do STF em afirmar que há algo de errado.

Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Foto: Gustavo Moreno/STF
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