EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Camex deve rejeitar aumento de imposto de pneu importado para caminhão e ônibus

Câmara de Comércio Exterior pôs os processos na pauta desta quarta-feira, 18

PUBLICIDADE

Foto do author Roseann Kennedy
Foto do author Eduardo Laguna
Atualização:

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) incluiu na pauta desta quarta-feira, 18, a decisão sobre dois processos que pedem aumento de impostos para pneus importados. Segundo apurou a Coluna do Estadão, a tendência do órgão é aceitar parte da demanda e rejeitar a alta da tarifa para os pneus de caminhão e de ônibus.

PUBLICIDADE

A indústria brasileira acionou a Camex, em junho passado, na tentativa de frear a entrada de concorrentes do exterior, que já mordem mais da metade do mercado brasileiro. Nos processos, pede aumento de 16% para 25% na alíquota do produto importado destinado a carros de passeio. Para os de caminhões e ônibus, reivindica uma elevação de 16% para 35%.

O argumento dos produtores nacionais é de que há concorrência desleal de pneus asiáticos, em especial da China, que chegam ao País a preços inferiores ao custo de produção nacional. O aumento do imposto para pneu de caminhão e ônibus, entretanto, pode pressionar para a alta da inflação e, consequentemente, aumento de juros. Um cenário que o governo não quer, pois também gera impactos políticos.

A Abidip, associação que representa os importadores de pneus, prevê um aumento de 20% no preço do produto se o pleito da indústria nacional passar. Um dos problemas em análise é que a maior parte do transporte de cargas no País é feita por rodovias. Além disso, condições ruins das estradas brasileiras obrigam troca mais constante de pneus. A elevação do imposto, por tabela, também aumentaria o valor do frete.

Indústria nacional reclama de concorrência desleal na venda de pneus

Dados apresentados pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) apontam dos fabricantes Pneumáticos (Anip) aponta que a participação dos importados nas compras de pneus de carros de passeio e de caminhões no Brasil chegou a 52% em 2023. No primeiro semestre deste ano, a fatia já havia aumentado para quase 60%.

Publicidade

Conforme estudo feito pela LCA Consultoria Econômica a pedido da Anip, pneus importados da China chegam ao Brasil até 69% abaixo do preço de tabela. A barreira antidumping para pneus chineses no Brasil é considerada insuficiente pela Anip. Países como Estados Unidos, México e da União Europeia já adotaram barreiras comerciais em relação a esses produtos.

Em junho, o Brasil iniciou uma investigação de origem para averiguar se os pneus chineses fazem triangulação na Malásia para fugir de tarifas antidumping.

 Foto: alfa27/Adobe Stoc

Fabricantes chinesas de pneus têm planos de investir R$ 4,5 bilhões no Brasil

Como mostrou o Estadão, fabricantes de pneus importados planejam instalar fábricas no Brasil com investimentos de R$ 4,5 bilhões e a potencial criação de 4,7 mil empregos diretos. As empresas estão escolhendo locais para as unidades industriais visitando terrenos em várias regiões do País e conversando com autoridades locais para entender as condições e incentivos oferecidos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.