A campanha de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo descarta mudanças de estratégia frente ao crescimento de Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas. Nos bastidores, integrantes do PT nacional, aliado ao PSOL na capital paulista, mostram preocupação com a força do ex-coach e defendem um enfrentamento mais enérgico ao rival.
Quem está no dia a dia da campanha do PSOL, porém, é firme na defesa da rota atual, incluindo petistas paulistanos. Um dos motivos é que a elevação de tom do ex-dirigente do MTST poderia reforçar a imagem de “radical”, contra a qual seus marqueteiros têm trabalhado há meses, com ajustes de discurso, postura e figurino.
Um dirigente da campanha de Boulos avaliou à Coluna do Estadão que o avanço de Marçal, até agora, só prejudicou o prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição. Além disso, o entorno de Boulos não detectou crescimento de Tabata Amaral (PSB), candidata que tomou protagonismo no embate com o influenciador.
Não é o que pensa o PT nacional. Um interlocutor próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia que Boulos se preparou, ao longo da pré-campanha, para ter Nunes como principal adversário, mas a realidade agora o obriga a um freio de arrumação para desgastar Marçal. Essa mesma fonte vê como um erro a ausência do candidato no debate promovido pela revista Veja. A avaliação teve endosso de outros três deputados federais ouvidos pela Coluna.
Seja como for, a palavra de ordem na campanha de Boulos é esperar os desdobramentos do horário eleitoral gratuito. Nunes terá 6 minutos e 30 segundos no rádio e na TV. Marçal, zero. Para o PSOL e o PT, o ex-coach é um candidato menos competitivo em um eventual segundo turno em relação ao prefeito.
Boulos é candidato à Prefeitura de São Paulo com apoio do PT e de Lula. A vice foi entregue à ex-senadora Marta Suplicy.
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