EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Caso Dudu do Palmeiras: Justiça prorroga prisão preventiva de gerente de banco

Joelson Aguilar dos Santos é suspeito de articular um golpe com ex-assessor do jogador, com desvios de R$ 22 milhões; a Coluna não conseguiu localizar a defesa do ex-gerente até esta publicação, o espaço segue aberto

PUBLICIDADE

Foto do author Roseann Kennedy
Atualização:

O Tribunal de Justiça de São Paulo prorrogou por mais cinco dias a prisão de Joelson Aguilar dos Santos, ex-gerente de banco que teria facilitado um golpe contra o jogador Dudu, atacante do Palmeiras. A decisão desta sexta-feira, 13, é assinada pela juíza Carla Santos Balestreri.

PUBLICIDADE

“A medida tem como objetivo evitar ocultação e destruição de provas imprescindíveis para a investigação”, afirmou à Coluna do Estadão o advogado do atleta, Cid Vieira de Souza Filho. A Coluna não conseguiu contato com a defesa do ex-gerente até esta publicação, o espaço segue aberto.

Como revelou o Estadão em fevereiro passado, o jogador foi lesado em mais de R$ 22 milhões. A polícia aponta que Joelson e Thiago Soubhia Donda, ex-assessor, amigo e padrinho de casamento de Dudu, teriam articulado juntos o crime. Em nota enviada à Coluna, a defesa de Thiago diz que considera desnecessária a prisão temporária, que o cliente provará a inocência, mas não prevê que ele vá se entregar. (Confira íntegra abaixo).

Joelson foi preso temporariamente no dia nove. Donda não foi encontrado e continua foragido.

O jogador Dudu, da SE Palmeiras, em jogo contra a equipe do Botafogo FR, durante partida válida pela décima sétima rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, no Estádio Nilton Santos. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon) Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Entenda o caso

No ano passado, a defesa de Dudu solicitou a instauração de inquérito no 15º Distrito Policial de São Paulo, que começou, então, a investigar as partes denunciadas. O caso veio à tona em fevereiro.

Publicidade

No centro da denúncia está Thiago Donda, amigo por anos de Dudu e uma das pessoas em quem o jogador mais confiava. Após a ação, o atleta cortou relação com o seu ex-assessor e desfez a amizade de mais de uma década.

A denúncia aponta que Thiago usou fichas bancárias com assinatura falsas de Dudu para desviar mensalmente dinheiro de uma conta na qual o atacante recebia do Palmeiras os direitos de imagem, que, por lei, podem corresponder a até 40% do salário total de um jogador de futebol

Thiago Donda foi padrinho de casamento de Dudu Foto: Arquivo pessoal

Fraudes constatadas pelos advogados de Dudu

  • Compensações de cheques com assinaturas falsas;
  • Transferências e pagamentos de valores para conta de terceiros utilizando fichas internas com assinatura falsas;
  • Débitos nas contas bancárias de produtos ofertados pela entidade bancária sem contratação e conhecimento das vítimas;
  • Operações de empréstimos mediante oferta de produtos;
  • Venda Títulos de Capitalização sem autorização das vítimas;
  • Transferências de valores para conta de terceiros com autorizações preenchidas pelo gerente sem anuência do correntista;
  • Falsificações de assinatura;
  • Baixas de aplicações financeiras e resgates de ativos financeiros sem conhecimento das vítimas;
  • Utilização de PIX e TED não autorizadas.

Nota da defesa de Thiago Donda

“Consideramos totalmente desnecessária a prisão temporária decretada contra o Sr. Thiago Donda, estamos certos que sua inocência será comprovada no decorrer do processo. Recebemos com surpresa a decisão que determinou a prisão temporária, especialmente considerando que os autos do inquérito policial não traz qualquer elemento que justifique essa medida extrema. O Sr. Thiago Donda sempre esteve à disposição das autoridades, porém nunca foi intimado a comparecer para apresentar sua versão sobre os fatos. Não há, qualquer, indício ou circunstância que aponte para a necessidade dessa privação de liberdade, seja para a preservação da ordem pública, para evitar prejuízo às investigações ou por qualquer outro fundamento legal. A decisão, é desproporcional, e nos parece desprovida de base jurídica sólida. Quanto à possibilidade de se entregar, todas as decisões estão sendo tomadas com base no respeito ao devido processo legal, e estamos recorrendo judicialmente para garantir que a verdade seja reconhecida. Sobre as acusações, Thiago reafirma que é inocente e que sua versão será esclarecida nos autos.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.