A Controladoria-Geral da União (CGU) abriu uma investigação para apurar as possíveis irregularidades no leilão de arroz conduzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do governo federal. O certame foi anulado por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o Estadão revelar que empresas sem experiência na importação do produto, como uma fabricante de sorvete, venceram o processo. A repercussão negativa derrubou Neri Geller da secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.
A abertura de investigação interna foi solicitada pela própria Conab, de acordo com ofícios internos. A companhia também acionou a Polícia Federal e determinou uma investigação na sua Corregedoria. Um novo leilão para importar arroz será feito nas próximas semanas.
Geller levou a culpa porque o diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, responsável pelo leilão, era sua indicação direta. Além disso, a FOCO Corretora de Grãos, principal corretora do leilão, é do empresário Robson Almeida de França. Ele foi assessor parlamentar de Geller na Câmara e é sócio de Marcello Geller, filho do secretário, em outras empresas. Como mostrou a Coluna do Estadão, Lula viu impacto de popularidade para o governo.
A análise entre esses parlamentares é que Geller foi bode expiatório do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que precisava dar uma resposta sobre as inconsistências do leilão de arroz. O grupo defende que toda a diretoria da Conab deve ser demitida.
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