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Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Ciro Nogueira: ‘Sou mais radical do que Milei’ na economia

Ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro admitiu que se frustrou e enfrentou resistência dentro do próprio governo ao propor reforma administrativa

Foto do author Daniel  Weterman
Foto do author Eduardo Barretto

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que é mais radical na economia do que o presidente argentino, Javier Milei, e defendeu que o Brasil não tenha nenhuma empresa estatal. Em discurso na noite da segunda-feira, 25, o ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro admitiu que se frustrou e enfrentou resistências dentro da própria gestão ao não conseguir aprovar uma reforma administrativa. “Uma grande parte da direita no nosso País não é de direita”, disse.

“Por mim, o Estado seria o menor possível. Sou mais radical do que o Milei. Para ser sincero, pra mim esse país não tinha uma estatal. Nós transformaríamos isso tudo em um grande fundo soberano para investir em educação, infraestrutura, e esse é o caminho que todos os países que fizeram a transformação deram certo”, disse Ciro durante o debate “A necessária modernização do Estado”, organizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e pelo Ranking dos Políticos.

Senador Ciro Nogueira (PP-PI) Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

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Candidato da direita que interrompeu o domínio da esquerda na Casa Rosada em meio a fortes crises econômicas, Milei tomou posse na presidência da Argentina no fim de 2023 e batizou de “Plano Motosserra” seu projeto de corte de gastos. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) daquele país caiu 1,7% e a pobreza no país subiu 11,2 pontos percentuais, chegando a 52,9%, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). Por outro lado, a inflação caiu e o PIB do quarto trimestre subiu 1,4% em relação ao trimestre anterior.

Ciro Nogueira citou resistências dentro do próprio governo Bolsonaro para aprovar uma reforma administrativa, que apontava ineficiência no serviço público, e criticou “grande parte da direita” brasileira. 

“Quando eu fui chefe da Casa Civil, nós quisemos aprovar uma reforma administrativa, mas enfrentamos resistência. Nem todo o governo era favorável. Uma grande parte da direita no nosso País não é de direita, ela é estatizante, é muito corporativa. Direita para mim é tamanho de Estado. Quanto menor o Estado, melhor para o cidadão”, afirmou, completando: “Uma das grandes frustrações que tive no governo passado foi não ter conseguido colocar em prática a reforma administrativa”.

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