A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência decidiu punir o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP), ex-ministro do Meio Ambiente, por suposta ingerência na Polícia Federal (PF) e intermediação de interesses privados na pasta durante o governo Bolsonaro. Como o parlamentar não ocupa mais o cargo no Executivo, foi aplicada somente uma “censura ética”, uma reprimenda oficial que fica registrada como uma mancha no currículo de agentes públicos. A relatora do caso foi Caroline Proner.
“Ridículo”, criticou Salles ao ser questionado pela Coluna do Estadão. O processo na CEP, decidido em reunião na segunda-feira, 16, faz referência ao caso em que ele é suspeito de ter atuado em favor de madeireiros ilegais. Em maio de 2021, o agora deputado chegou a ser alvo de uma operação policial, nomeada de “Akuanduba”, que apurava a denúncia. Um mês antes, ele havia afastado o então chefe da Superintendência da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, que o acusou de obstruir investigações do órgão sobre o comércio ilícito de madeira.
Essa é a terceira vez que Salles sofre “censura ética” por sua atuação no governo Bolsonaro. Ele foi punido em julho de 2023 por uma série de viagens que fez a São Paulo, seu reduto eleitoral, com dinheiro público enquanto era ministro, sem os devidos registros de compromissos oficiais. Em abril deste ano, ele também recebeu sanção por manifestações ofensivas em redes sociais.
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