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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Congresso batiza pacote de Haddad de ‘PEC Kinder Ovo’ após ver ameaça a emendas obrigatórias

Deputado Claudio Cajado, que foi relator do arcabouço fiscal, diz que trecho de PEC do pacote fiscal que pode revogar impositividade de emendas é “um absurdo”

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Foto do author Iander Porcella
Atualização:

Parlamentares começaram a chamar a Proposta de Emenda à Constituição do pacote fiscal, enviada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de “PEC Kinder Ovo”. É uma referência ao chocolate que sempre traz uma surpresa. O motivo para o apelido, entretanto, não causa alegria, ao contrário disso, gera mais um desconforto de deputados e senadores com o governo. É que o Congresso identificou no texto uma ameaça ao pagamento obrigatório de emendas.

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Um dos últimos dispositivos da PEC revoga artigos da Constituição que tratam da execução obrigatória de emendas, recursos do Orçamento Geral da União que podem ser direcionados pelos deputados e senadores para projetos em seus redutos eleitorais. Na prática, os congressistas avaliam que, se a proposta for aprovada do jeito que está, colocará em risco a impositividade das emendas individuais e de bancada estadual.

“Ficam revogados os § 10 e § 11 do art. 165 da Constituição”, diz o polêmico trecho da PEC de Haddad. Um desses artigos diz que “é obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações oriundas de emendas individuais”.

“É um absurdo”, afirmou à Coluna do Estadão o deputado Claudio Cajado (PP-BA), que faz parte da Comissão Mista de Orçamento (CMO). O movimento do governo é visto como mais uma tentativa de recuperar o poder político perdido para o Congresso nos últimos anos.

O impasse, que vem justamente no momento em que o Palácio do Planalto promete destravar o pagamento das emendas deste ano, tem potencial para colocar ainda mais lenha na fogueira do plano de corte de gastos.

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As medidas de Haddad também enfrentam resistência no Congresso pela impopularidade, como no caso do aperto nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos de baixa renda e pessoas com deficiência.

Claudio Cajado (PP-BA), deputado federal Foto: Lula Marques / Agência Brasil
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