Os Correios ficaram em último lugar no ranking do Anuário Saúde Mental nas Empresas 2024, realizado pelo Instituto Philos Org em parceria com o Observatório da Saúde Mental nas Empresas e obtido pela Coluna do Estadão. Entre as 81 organizações públicas e privadas analisadas, a estatal ficou na “lanterna” com apenas um ponto. A nota máxima, que reflete as melhores práticas, seria 16.
O estudo aponta o índice geral de preocupação das grandes organizações com bem-estar de seus colaboradores. A análise é feita com base nas iniciativas declaradas nos relatos integrados — documentos elaborados pelas próprias empresas para prestar contas à sociedade e, consequentemente, gerar mais valor ao negócio.
Em nota enviada à Coluna, os Correios consideram o resultado do levantamento incompleto e afirmam estar à disposição para fornecer mais informações. O texto destaca, ainda, que a atual gestão conseguiu em 2024 uma redução de 21% no número de afastamentos por saúde mental, em relação a 2019, primeiro ano do governo anterior. Mas não traz os dados dos anos seguintes.
Em outubro deste ano, a estatal anunciou um concurso para preencher mais de 3.500 vagas, cujas inscrições já foram encerradas. A prova está marcada para 15 de dezembro.
Banco do Brasil e Petrobras lideram ranking do setor público
No ranking do setor público, o Banco do Brasil e a Petrobras lideram com 13,71 e 7,38 pontos, respectivamente, seguidos pela Caixa, com 4,33 pontos, e pelo Banrisul, com 3,81 pontos. No ranking geral, que considera empresas de todos os setores, essas instituições ocupam o 4º, 19º, 36º e 38º lugares, respectivamente.
Foram realizadas análises individualizadas das 100 maiores empresas do Brasil. Não foram considerados relatórios globais publicados por matrizes de empresas multinacionais estrangeiras.
Confira a íntegra da nota dos Correios enviada à Coluna do Estadão:
O relatório dos Correios em que o levantamento do Instituto Philos Org se baseou é amplo e não traz dados detalhados do tema Saúde Mental, gerando um resultado incompleto.
Os Correios estão à disposição do instituto para fornecer todas as informações sobre o tema. Ao tomar posse, a atual gestão da empresa recebeu inúmeros relatos adoecimento de trabalhadores em decorrência de assédio moral e precarização de condições de trabalho trazida pelo processo de privatização conduzido pelo governo anterior.
A atual gestão adotou uma série de medidas para a recuperação do clima organizacional, entre as quais o resgaste de mais de 40 benefícios do Acordo Coletivo de Trabalho que haviam sido extintos pelo governo anterior, inclusive com garantia de atendimento psicossocial para vítimas de assédio, havendo comprovação ou não da denúncia, e a implementação de uma política corporativa inédita para combate aos assédios e a abertura de Clínicas de Cuidado Integral nos estados, com atendimento gratuito para empregados em mais de 30 especialidades como Psicologia, Ioga e Meditação, entre outros.
Como resultado, em 2024, até o momento, a empresa já teve uma redução de 21% no número de afastamentos por saúde mental em relação a 2019, ano em que a empresa começou a mensurar esse indicador.
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