BRASÍLIA — O tom elevado da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) contra a oposição ao governo Lula na CPI do MST vinha agradando ao Partido dos Trabalhadores desde o início dos trabalhos da comissão. Mas, na última semana, Sâmia se recusou a seguir um acordo entre governistas e oposicionistas para votar requerimentos em bloco e poupar alguns ministros e causou um problema para o PT e para o Planalto.
Sem o acordo, agora a CPI vai por para votar a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para depor no colegiado. Como a oposição é maioria, consegue aprovar o requerimento.
A situação gerou tanto desconforto, que o vice-líder do PT, deputado Alencar Santana (SP), advertiu Sâmia ainda durante a reunião para que cumprisse o acordo. Ela disse que não havia combinado nada. O estresse entre eles continuou fora da sala.
Alencar afirmou à Coluna que já procurou o presidente da CPI, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), e vai conversar com o relator da comissão, deputado Ricardo Salles (PL-SP), para tentar retomar o acordo.
Salles também falou com a Coluna e deixou clara a irritação: “sinto muito, mas essa estratégia de por um pra bater e outro assoprar não dá mais”.
Além de Rui Costa, pode ser convocado o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias. O argumento é que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que faz monitoramento de invasões de terra no país, estava sob comando deles.
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