EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

CPI do MST: Salles negocia retirar indiciamento de deputado para aprovar relatório

Parecer final será apresentado na próxima quinta-feira, mas o Centrão não aceita indiciamento de parlamentar do PT

PUBLICIDADE

Foto do author Augusto Tenório

O relator da CPI do MST, Ricardo Salles (PL-SP), negocia mudanças pontuais no relatório que será apresentado nesta quinta-feira, 21. Nos bastidores, ele avisa que pode retirar do texto o pedido de indiciamento do deputado Valmir Assunção (PT-BA), desde que em troca sejam garantidos os votos necessários para aprovar o parecer.

O pedido de indiciamento de Valmir Assunção é o principal entrave para o Centrão aprovar o relatório de Salles. Lideranças consideram que não é positivo para Congresso pedir o indiciamento de um deputado, o que pode resultar em sua cassação. É uma forma de evitar “abrir precedentes”. Integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), por sua vez, pressionam pela aprovação do relatório.

O relator da CPI do MST, Ricardo Salles (PL-SP) Foto: Myke Sena/Câmara dos Deputados

PUBLICIDADE

Salles tem sinalizado que até aceita retirar o pedido de indiciamento do parecer, mas não abre mão de “evidências” dos supostos crimes de Valmir. No relatório, o deputado baiano é apontado como suposto “mandante e principal beneficiário de todas as ações criminosas praticadas pelo MST naquele extremo sul do Estado”.

Como mostrou a Coluna, a oposição estava se preparando para um “fim dramático” da CPI do MST e cogitou até encerrar os trabalhos sem votar relatório algum. Isso porque a base bolsonarista perdeu a maioria no colegiado após intervenção do governo junto ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Salles, porém, decidiu fazer um relatório de qualquer forma, inicialmente como maneira de marcar posição. No parecer, o deputado bolsonarista pede o indiciamento de Valmir e outras onze pessoas. Entre elas, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, o general Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, e o líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.