Depois de o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), barrar a convocação dos chefes do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) para prestarem depoimento na CPI do MST, o presidente do colegiado, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), vai pedir ao relator Ricardo Salles (PL-SP) que inclua no relatório a sugestão de indiciamento do diretor-presidente da autarquia, Jaime Messias Silva, mesmo sem o depoimento.
A principal ofensiva contra o chefe do Iteral versa sobre a contratação de uma empresa de ônibus, supostamente para transporte de assentados. Se acatado o pedido, o relatório apontará desrespeito à Lei de Licitações e à lei de improbidade administrativa. Jaime assumiu a autarquia em 2015, nomeado pelo então governador, Renan Filho (MDB), que hoje é ministro dos Transportes do governo Lula. Procurado, o Iteral não respondeu às tentativas de contato.
À Coluna, Zucco disse que respeitará a palavra final do STF sobre a convocação, apesar de já ter solicitado revisão da decisão que impediu o depoimento de Jaime, antes previsto para esta segunda-feira, 4. Em outra frente, o presidente da CPI do MST cancelou todas as sessões, como forma de evitar futuras intervenções. Agora, o colegiado só se reunirá no dia 14, para analisar o relatório a ser proposto por Ricardo Salles.
Para o Supremo, convocar funcionários públicos estaduais seria uma prerrogativa de CPIs instaladas em Assembleias Legislativas. Além de Jaime, a CPI do MST ouviria também nesta tarde o gerente administrativo do Iteral, José Rodrigo.
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