As discussões no PL sobre quem será o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo racharam o comando da sigla entre os apoiadores de Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Ricardo Salles (PL). O approach para que Nunes ingresse no partido do ex-presidente Jair Bolsonaro se intensificou nos últimos dias. Essa ala quer aproveitar os escorregões de Salles para consolidar o nome do prefeito e a tese de que o eleitor de São Paulo busca um candidato de centro-direita.
No final de semana, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) foi vaiado num evento em São Paulo. O constrangimento reforça o argumento dos que dizem que esse perfil radical não terá a menor chance na eleição municipal do próximo ano. Interlocutores do deputado dizem que ele vai pouco a São Paulo, deixando um vácuo de poder.
Os defensores da candidatura de Ricardo Nunes apontam ainda um episódio envolvendo Salles como um “momento favorável” para Nunes se viabilizar. Na última semana, o deputado atacou os miliares num discurso na Comissão de Segurança Pública da Câmara. Justamente o público de Bolsonaro.
“São 40 anos gastando os tubos do contribuinte brasileiro, gastando dinheiro com submarino nuclear, satélite brasileiro e nunca chega ao destino. É um enterramento de dinheiro sem fim com essa obsessão de conteúdo nacional. Estamos gastando dinheiro com inimigos fictícios, míssil não sei de onde, bateria antiaérea para guerrear com quem?”, disparou.
Além disso, pesa contra Salles a difícil relação que mantém Valdemar Costa Neto, a quem já criticou publicamente.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.