Após a aprovação do projeto que criminaliza a “discriminação” contra políticos, a deputada Dani Cunha (União-RJ) passou a ser considerada uma espécie de nova “presidente do sindicato dos deputados”. No passado, o título era dado a Severino Cavalcanti, porque ele estava sempre à frente de discussões para garantir benesses aos parlamentares. Mas, ela rejeita o apelido e diz que sua agenda é diversificada.
“Não tenho problema de ir para o embate. Mas tenho uma pauta ampla. Pode ser que venha algum projeto que seja sobre deputados. Mas o foco é em outros assuntos”, disse a parlamentar à Coluna.
Cada passo da deputada é acompanhada de perto pelo seu pai, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que foi preso durante a Operação Lava Jato e atualmente é presença carimbada em seu gabinete. “Filha de onça já nasce pintada”, é a frase que Cunha tem feito questão de dizer quando fala de Dani.
Cunha afirma, ainda, que está orgulhoso da filha por ter tido habilidade de aprovar um projeto tão polêmico no início do seu primeiro mandato. Os comentários do ex-parlamentar são vistos como um sinal de que ela está apenas começando e que vem mais por aí.
A deputada afirma que uma de suas prioridades é mudar a forma de distribuição de royalties do petróleo para garantir maior fatia dos recursos para os Estados produtores. Ela vai tentar fazer isso por meio de PEC (Proposta de Emenda à Constituição) ou de uma emenda na reforma tributária. E a pauta deve ajudar a novata a aglutinar forças políticas no Congresso, pois mobiliza pelo menos quatro bancadas - RJ, ES, SP e SE.
Conforme mostrou a Coluna, Dani Cunha também tem um projeto para mudar as regras da janela partidária.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.