Escalado para conversar com os vice-líderes partidários, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, centrará seu discurso nesta terça-feira, no Congresso, em duas linhas mestras. Primeiramente tentará convencer os parlamentares de que, assim como 2023 ficou marcado pela aprovação de medidas de recomposição fiscal pelo lado da receita, 2024 trará a marca da revisão de gastos, e seus efeitos aparecerão “com muita clareza” em 2025 e 2026. Durigan dirá, ainda, que Fernando Haddad saiu mais forte das discussões, a despeito dos que consideram o contrário, já que o ministro não queria anunciar a revisão do Imposto de Renda agora. “O presidente Lula uniu o governo em torno da agenda de revisão, ao fazer isso, fortaleceu o ministro”, afirmou à Coluna do Estadão.
A conversa será em um ambiente político porém terá mais recados para tranquilizar o mercado. Dirá que a decisão de rever a política de valorização do salário mínimo, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o Bolsa Família, a Lei Aldir Blanc e o Fundeb mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu “a sinalização definitiva para a harmonia entre a política social e a responsabilidade fiscal”.
O que a equipe econômica não previa é que teria de falar do pacote fiscal a um Congresso que começa a semana em clima hostil. Não em razão da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do ajuste, mas devido às exigências do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, para autorizar o pagamento de emendas parlamentares.
Agentes do mercado souberam no almoço dos banqueiros, na sexta-feira 29, que Dino contrariaria os congressistas. Nas rodas de conversa, o líder da maioria no Congresso, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), mostrou mensagem que recebera de um assessor legislativo, preparando o terreno. Procurado, Agnaldo não retornou.
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