O Grupo Parlamentar Brasil-Israel do Senado Federal condenou as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparando a ação de Israel em Gaza ao Holocausto e classificou as afirmações de “tendenciosas e desonestas”. Em nota, o presidente do grupo, senador Carlos Viana (Podemos-MG), considerou “preocupante e lamentável que o presidente Lula, no tocante à guerra em Gaza, apequene o Brasil no mundo da diplomacia”.
Viana ressaltou, ainda, que as afirmações do petista mostram desconhecimento histórico. “Declarações inconsequentes como esta, e outras nos últimos dias, mostram o desconhecimento histórico e a falta de equilíbrio para presidir o nosso país, reconhecido historicamente como uma nação negociadora da paz “.
Em entrevista coletiva neste domingo, 18, em Adis Abeba, capital da Etiópia, Lula fez um paralelo entre a morte de palestinos com o extermínio de judeus feito pelo líder da Alemanha Nazista, , Adolf Hitler. Durante o regime nazista, que ocorreu entre 1933 e 1945, 6 milhões de judeus foram mortos.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, declarou Lula. Ele também afirmou que a ofensiva israelense promove um genocídio.
Em entrevista à Coluna do Estadão, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, demonstrou-se assustado com a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou a ação de Israel em Gaza ao Holocausto. Ele disse que são palavras preocupantes. Afirmou, porém, que não haverá ruptura na relação entre os dois países. “A relação política é importante, mas não é a única. São vários setores envolvidos: economia, tecnologia, defesa, por exemplo. Não cortamos relações, mas a corda está frágil”, admitiu.
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