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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia

Deputado do PL elogia ‘coragem de Moraes’, contraria partido de Bolsonaro mas sem risco de punição

Antônio Carlos Rodrigues faz parte da ala mais próxima a Valdemar Costa Neto e é amigo do ministro do Supremo Tribunal Federal há cerca de 30 anos

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Foto do author Levy Teles

Na contramão das manifestações públicas de integrantes do PL, partido de Jair Bolsonaro, o deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP) elogiou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ao comentar a operação da Polícia Federal (PF) desta terça-feira, 19. “O que o ministro faz é muito bem feito. Eu admiro a atitude e a coragem de Alexandre de Moraes”, disse à Coluna do Estadão.

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A declaração contraria os correligionários, especialmente integrantes da ala mais bolsonarista e os atingidos diretamente pela operação Contragolpe da Polícia Federal. Mas, segundo interlocutores da cúpula do PL, não há risco de qualquer reprimenda ao parlamentar.

Antônio Carlos Rodrigues é amigo de longa data do magistrado. Eles se conhecem há cerca de trinta anos, desde quando exerceu funções no governo do Estado de São Paulo. Segundo correligionários, ele é a ponte viável para diálogos da sigla com o ministro. O deputado confirma a relação pessoal com Moraes, mas ressalta que não mistura a proximidade com as questões partidárias.

Mesmo estando no PL, Rodrigues é tão próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele foi ministro dos Transportes do governo Dilma Rousseff e é um longevo aliado de Valdemar Costa Neto, presidente do partido. Por isso, não acompanha as críticas de Bolsonaro a Moraes. O ex-presidente já já chamou o ministro do Supremo de “ditador” e “canalha”.

Antonio Carlos Rodrigues faz parte da ala próxima a Valdemar da Costa Neto e atua como intermediador do diálogo entre Alexandre de Moraes e o PL. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Nesta terça-feira, a PF prendeu um general reformado, ex-integrante do governo Jair Bolsonaro, e três “kids pretos” e um policial federal por supostamente planejarem um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e “restringir o livre exercício do Poder Judiciário”.

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As diligências fazem parte da Operação Contragolpe, que identificou um “detalhado planejamento operacional” chamado “Punhal Verde e Amarelo”, previsto para ser executado em 15 de dezembro de 2022, com o assassinato de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin. O plano também incluía a execução do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, que era monitorado continuamente, caso o golpe fosse consumado.

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