Deputados da região da Amazônia Legal, que concentra 51% da população indígena de todo o País, têm ignorado o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) em relação à distribuição de recursos. Somente dois dos 92 parlamentares dos estados que compõem a região destinaram emendas para a pasta: Amom Mandel (Cidadania-AM), que alocou R$ 500 mil à pasta e Airton Faleiro (PT-PA), que destinou R$ 3 mi.
A Coluna do Estadão apurou que a emenda de Mandel será utilizada para reforçar o posto de fiscalização do Vale do Javari, local onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados em 2022. Cerca de seis mil indígenas habitam a região. Já a emenda de Faleiro será distribuída, via MPI, a instituições privadas sem fins lucrativos. Procurado, o MPI não comentou.
A pasta comandada por Sonia Guajajara tem um dos menores orçamentos da Esplanada, R$ 1,41 bilhão, conforme dados do Portal da Transparência. A proposta do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2025 prevê uma redução para R$ 1,25 bilhão. Ou seja, aumenta a expectativa por emendas.
Deputados que não são da região destinaram recursos ao ministério dos Povos Indígenas como André Janones (Avante-MG), Benedita da Silva (PT-RJ), Camila Jara (PT-MS), Carlos Veras (PT-PE), Célia Xakriabá (PSOL-MG), Erika Hilton (PSOL-SP), Guilherme Boulos (PSOL-SP), Ivan Valente (PSOL-SP), Padre João (PT-MG) e Professora Luciene Cavalcante (PSOL-SP).
A bancada da Amazônia Legal é composta por 18 representantes do estado do Maranhão, 17 do Pará e outros nove do Mato Grosso. Além desses, os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins têm oito deputados, cada.
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