À primeira vista, a derrota do partido Novo na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte caiu sobre o governador Romeu Zema. Porém, numa leitura mais ampla do cenário mineiro, influentes atores políticos do estado são taxativos: o resultado negativo cola no vice-governador Mateus Simões.
Mateus empenhou-se diretamente na composição da chapa do Novo com Mauro Tramonte e se dedicou à campanha. Mas seu candidato nem sequer passou para o segundo turno. Agora a indagação é sobre o impacto que o resultado terá nas articulações para o vice ser candidato ao governo em 2026.
Indagado pela Coluna do Estadão, Mateus desconversou sobre as pretensões eleitorais. “O nome do Novo, óbvio, mais natural, é o meu, mas é absolutamente compreensível que existam outros nomes no campo da direita, como o deputado Nikolas Ferreira e o senador Cleitinho, lideranças importantes no estado. Agora, qual de nós será o candidato? Acho que é uma construção para esses dois anos, que se inicia, sem dúvida alguma, ao longo do próximo ano”.
Também minimizou a derrota em BH. “Em Belo Horizonte tivemos um avanço considerável. Nosso candidato ficou em terceiro lugar, mas pela primeira vez temos a possibilidade real de não ver a cidade, depois de 32 anos, ser administrada pela esquerda. Temos Bruno Engler que é da base. Também para ser justo, Fuad Noman, que tem história de centro, é do PSD, segundo maior partido da base.”
Dirigentes do partido Novo avaliam, nos bastidores, que o desempenho e a avaliação do governo Zema ao final do mandato terão peso muito maior para a candidatura.
O Novo só elegeu nove prefeitos neste ano, seus dirigentes, entretanto ressaltam que conseguiram resultados vitoriosos com coligações em grandes cidades.
“A base do trabalho do governo não tem a ver com o Novo especificamente, o menor partido da base. Nossa base sai da eleição com mais de 600 prefeitos. Saímos mais fortes”, calcula o vice.
Os partidos que integram a base de Zema no Legislativo, no entanto, esta longe de significar alinhamento nas composições eleitorais. Um dos exemplos emblemáticos de crise é com o PSD.
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