O drible de Ronaldinho Gaúcho, que não compareceu à CPI das Pirâmides Financeiras nesta terça-feira, 22, frustrou não somente o presidente da comissão, Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), e os demais parlamentares. Alguns servidores da Câmara dos Deputados levaram seus filhos para o Congresso, e os adolescentes até perderam aula para ver de perto a estrela aposentada da Seleção Brasileira, que tem passagem por clubes como Barcelona, Milan e Atlético Mineiro.
Ronaldinho e seu irmão, Assis, foram convocados para explicar a atuação da empresa 18k Ronaldinho, da qual são apontados como proprietários. O empreendimento foi apontado pelo Ministério Público Federal como um esquema de pirâmide financeira. Os empresários solicitaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus para não comparecer à CPI, mas o ministro Edson Fachin concedeu apenas o direito de permanecerem em silêncio. Mesmo assim eles não foram.
Os adolescentes, que perambulavam pelos corredores do Anexo II da Câmara, queriam apenas saber do craque. Perguntavam a quem passava de terno se “o Ronaldinho ainda vem”. Quando escutavam a negativa, demonstravam frustração e tentavam resposta diferente do próximo adulto que passasse pelo corredor que liga o local ao Salão Verde.
CPI remarca depoimento para quinta-feira, 24
O presidente da CPI, Áureo Ribeiro, remarcou o depoimento para esta quinta-feira, 24. Caso os irmãos não compareçam e não apresentem uma justificativa para a ausência, podem ser conduzidos coercitivamente pelas forças policiais, a pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito.
A vida do atleta é marcada por reviravoltas. Ele chegou a ser preso ao lado de seu irmão e empresário Assis, acusado de usar passaporte falso para entrar no país. Neste ano, já no governo Lula, a Controladoria Geral da União (CGU) decidiu manter por 100 anos o segredo sobre telegramas diplomáticos emitidos pelo Ministério das Relações Exteriores no caso da prisão do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho.
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