O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, admite não concorrer à presidência do PSDB, na convenção nacional do partido, programada para ocorrer em novembro. Ele tem manifestado a correligionários a seguinte preocupação: a sigla tem muitas feridas a tratar, para garantir sua recuperação no cenário político no País, e precisaria de alguém com mais tempo para se dedicar às causas partidárias. Agora, os tucanos discutem o nome a ser lançado de forma consensual, pois não querem expor a legenda a mais um racha público.
O partido carrega o trauma e as sequelas das prévias presidenciais de 2021. É majoritário o entendimento na legenda de que aquele processo enfraqueceu o PSDB, que nem sequer conseguiu ter candidato à Presidência da República.
Além de a agenda de governador ser o foco principal de Leite, a crise no PSDB de São Paulo também contribui para ele não almejar a presidência do partido por ora. Parte dos tucanos que eram ligados ao ex-governador João Doria rejeita o comando de Leite como presidente provisório do partido.
A intriga foi parar na Justiça e uma ação movida pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, derrubou as decisões da comissão provisória, inclusive o ato que garantiu a presidência a Leite. Ele continua no comando, porém, porque não houve determinação expressa de afastamento do cargo. Ou seja, há quem avalie internamente que reconduzi-lo agora traria risco de sequelar o partido.
O PSDB sabe que sem unidade será mais difícil se sair bem nas eleições municipais de 2024, que serão cruciais para sua sobrevivência.
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