O clima de tensão que acompanha a realização das eleições na Venezuela é monitorado pelas forças de segurança no Brasil. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse que há um planejamento para agir na fronteira com o país vizinho, se for necessário. “Estamos monitorando a situação no local. Nossa equipe de inteligência está atuando, e o efetivo da Operação Acolhida alerta, inclusive para eventual aumento do fluxo [de imigração]”, afirmou Rodrigues à Coluna do Estadão.
Indagado se há temor real sobre a ameaça do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro , de que haveria um banho de sangue e uma guerra civil caso seja derrotado, o diretor da PF fez questão de ressaltar que não avalia temas internos de outro país. “Nós somos Polícia Judiciária do Brasil, estamos nos preparando para eventuais reflexos aqui, temas internos da Venezuela não me competem analisar”, pontuou.
Eventual guerra no país vizinho, entretanto, seria uma ameaça especialmente na fronteira, no estado de Roraima. “São várias camadas, inclusive em relação à soberania e proteção de fronteiras, papel da Defesa também. Em relação à imigração e demais ações eventuais da Polícia Federal, temos um planejamento pronto”, ressaltou.
A Venezuela vai às urnas neste domingo, 28, com um clima de apreensão e dúvida observado por todos os países vizinhos. O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que pode haver um “banho de sangue” se ele não for reeleito. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse assustado com a declaração.
A Coluna do Estadão confirmou o fechamento da fronteira da Venezuela com o Brasil, em Pacaraima (RR). A determinação foi do presidente Nicolás Maduro. Segundo fontes na região, apesar do fechamento é possível passar pelos caminhos verdes, que são as trilhas secas na fronteira.
No último dia 12 de julho, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou renovação do uso da Força Nacional de Segurança Pública em Pacaraima e na capital Boa Vista. A operação garante a proteção de pessoas e do patrimônio.
A prorrogação foi pedida pelo governador Antonio Denarium (PP). Os governos estadual e federal explicaram, porém, que a medida não foi adotada em razão das eleições na Venezuela, mas que houve uma coincidência nas datas. A Força Nacional vem atuando na região há três anos.
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