O deputado Elmar Nascimento (União-BA) desistiu de tentar um novo mandato na liderança de seu partido na Câmara, o que aumentou a aposta de que possa ser contemplado em uma eventual reforma ministerial no governo Lula. Preterido por Arthur Lira (PP-AL) na sucessão da Casa, ele ficou desgastado internamente na bancada e teria que enfrentar uma nova disputa para se manter como líder, sem garantia de vitória.
Deputados da legenda afirmam que chegou a hora da alternância de poder na bancada - Elmar liderou a sigla por três anos consecutivos. São cotados agora para o posto, em 2025, Marangoni (SP) - que é o mais próximo do presidente da legenda, Antonio de Rueda-; Arthur Maia (BA); Mendonça Filho (PE); Damião Feliciano (PB); e Pedro Lucas Fernandes (MA).
Nos últimos meses, Elmar se aproximou do governo e do PT, em uma tentativa de ganhar o respaldo do Palácio do Planalto para disputar a presidência da Câmara contra Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato de Lira que se consagrou como o favorito na disputa.
Aliados dizem que esse diálogo com o governo abriu caminho para ele negociar um ministério. O mais factível seria o da Integração e Desenvolvimento Regional, hoje ocupado por Waldez Góes. No entanto, Elmar foi vetado pelo PT para o mesmo cargo na transição.
Ele também é cotado para relatar o Orçamento de 2026 ou assumir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Além disso, segundo deputados, avalia trocar o União pelo Avante ou pelo Podemos.
Elmar chegou a ser considerado o favorito de Lira para disputar o comando da Câmara. Uma reviravolta, contudo, mudou o rumo da disputa quando Marcos Pereira (Republicanos-SP) abriu mão da corrida e apoiou Motta.
Lira considerou que Motta tinha mais viabilidade eleitoral e mudou de candidato. Elmar ainda fez uma aliança com o deputado Antonio Brito (PSD-BA) para enfrentar Motta e chegou a dizer, em referência a Lira, que havia perdido o melhor amigo. Elmar e Brito, contudo, acabaram desistindo e apoiando o líder do Republicanos, que virou o consenso para a sucessão.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.