O deputado Ricardo Salles (PL-SP) começou a redigir o relatório final da CPI do MST e definiu a espinha dorsal do parecer. Ele vai criminalizar lideranças do movimento e separar a atuação de assentados. “É preciso fazer distinção. Uma coisa são as pessoas necessitadas, arregimentadas pelo movimento. Os atos criminosos estão a cargo dos líderes”, afirmou à Coluna.
Segundo Salles, o texto deixará claro que “o problema não é o MST existir. O problema é a criminalidade e a injustiça que os líderes cometem e que, muitas vezes, levam os assentados a se envolver nos atos ilícitos. Eles que impõem essa situação a pessoas que estão fragilizadas”.
O deputado, que é advogado, revisa cada uma das denúncias e suspeitas abordadas na comissão e espera fechar, até domingo, as sugestões de indiciamentos com as respectivas acusações de crimes associados.
Já é certo que a lista terá os nomes de José Rainha, o líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL); do diretor-superintendente do Instituto de Terras e Reforma Agrária do Alagoas (Iteral), Jaime Messias Silva, como adiantou a Coluna; além do deputado Valmir Assunção (PT-BA).
Na próxima segunda, 11, Ricardo Salles vai conversar com seu grupo político na CPI para alinhar o discurso da reunião de encerramento. A leitura está programada para a terça, 12, e a expectativa é de que ocorra em meio a um clima tenso de embates com a base do governo Lula.
Como mostrou a Coluna, a cúpula da comissão, na busca de uma saída honrosa para a CPI, que não conseguiu aprovar quebras de sigilo e teve sua composição original esfacelada em meio às negociações do Centrão para integrar o governo Lula, cogita encerrar os trabalhos sem votar o relatório.
Deputados governistas preparam um relatório paralelo. Mas, o documento só vai a voto se o parecer oficial da comissão for derrubado. Salles também aposta que eles não conseguiriam votos, pois a bancada do agro que integra a comissão dificilmente aceitará os ataques do documento preparado pela esquerda na comissão.
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