O ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD-MG), recusou um convite para jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na capital mineira na noite desta quarta-feira, 7. Ele foi convidado pelo chefe de gabinete do presidente, o sociólogo Marco Aurélio Santana Ribeiro, o Marcola, e também pelo anfitrião Walfrido dos Mares Guia, ex-ministro dos primeiros governos de Lula, para um encontro reservado com ministros, empresários e aliados mais próximos do presidente.
Kalil foi candidato ao governo de Minas com o apoio de Lula em 2022, mas foi derrotado no primeiro turno pelo governador Romeu Zema (Novo). Desde então, ele e o presidente se distanciaram e o convite para jantar foi lido pelo ex-prefeito como uma tentativa de reaproximação devido ao seu capital político na capital mineira em um ano eleitoral. Os dois se falaram pela última vez em uma ligação no Natal do ano retrasado.
O próprio PT reconhece que Kalil, reeleito em 2020 com 63% dos votos, é o principal cabo eleitoral em Belo Horizonte, constatação reforçada por pesquisas internas feitas pelo partido. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) o procurou em busca de apoio para sua candidatura, mesmo movimento feito pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), de quem Kalil é amigo. Ainda não há uma definição sobre o apoio.
A recusa de Kalil também ocorre em um momento no qual Lula tem sinalizado disposição de apoiar a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao governo de Minas Gerais em 2026. O ex-prefeito belo-horizontino, que teve 35% dos votos na eleição contra Zema, considera que tem capital político para disputar novamente o cargo.
O atual prefeito é Fuad Noman (PSD-MG). Vice de Kalil, ele ascendeu ao cargo depois do aliado sair para disputar o governo do Estado. A relação entre os dois está estremecida já que Kalil considera que Noman não se empenhou na campanha dele contra Zema.
“Eu nunca exigi do prefeito que entrasse na minha campanha para governador. Ele disse em todas as entrevistas que estava ocupado com a prefeitura, o que é absolutamente responsável e de bom tom. E ele não pode esperar de mim um engajamento voluntário na campanha [dele]”, disse o ex-prefeito de Belo Horizonte ao Estadão em novembro.
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Lula chegou a Belo Horizonte na tarde desta quarta-feira, onde não tem compromissos oficiais. A única agenda prevista é o evento que será realizado no Minascentro na quinta-feira, 8, no qual fará uma prestação de contas das ações do governo federal para o Estado.
O presidente também anunciará um modelo misto de concessão para a BR-381, que é uma promessa de campanha, obras viárias para Belo Horizonte e a construção de institutos federais no Estado. Ao desembarcar, Lula foi recebido pelo prefeito Fuad Noman e também por Rogério Correia.
O vice-governador Mateus Simões (Novo) também estava presente. Zema estava em Brasília para receber uma homenagem do Congresso Nacional. O governador vai comparecer ao evento público ao lado de Lula, mas também quer um encontro privado com o presidente para discutir temas como a dívida do Estado com a União e a repactuação do Acordo de Mariana.
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