O jornalista Fernando Mitre, diretor de jornalismo da Band, reuniu num livro de 312 páginas as principais histórias que não vieram a público nos debates eleitorais que marcam a história da televisão brasileira e retratam cada momento político do nosso País. Em “Debate na Veia – Nos Bastidores da Tevê, A Democracia no Centro do Jogo, o autor conta como foi produzir alguns dos embates mais icônicos das eleições brasileiras.
Mitre realizou mais de 50 debates presidenciais e regionais, entre o primeiro de candidatos à Presidência da República na história da TV do País, em 1989. “Para mim, a referência fundamental do livro é a democracia. Vi a democracia morrer (em 1964) e nascendo novamente”, afirmou à Coluna do Estadão.
No livro, ele conta detalhes das negociações com os políticos para agendar a participação e diz que, muitas vezes, só há certeza da programação no dia. No último debate Lula/Bolsonaro em 2022, por exemplo, Mitre conta que o então presidente pediu mudanças nas regras como condição para participar. Fez a exigência 12 horas antes do evento. A alteração não foi concedida, mas o debate ocorreu.
O jornalista, com 62 anos de profissão, também integrou a equipe que criou o Jornal da Tarde, do Grupo Estado.
Mitre revela o candidato a olho nu, diz antropólogo Roberto DaMatta no prefácio
O livro é prefaciado pelo antropólogo Roberto DaMatta, que destaca a capacidade de isenção do autor em meio a momento acalorados dos vida política do País . “Essa saga de produzir tais eventos cruciais numa democracia é o que você vai encontrar no texto do maior e mais experiente produtor de debates ou duelos políticos no Brasil. Aqui, o jornalista Fernando Mitre atinge na veia este palco revelando o ‘candidato’ a olho nu e em estado de graça”, escreveu DaMatta no prefácio.
Como um título de jornal salvou Fernando Mitre de um atentado a bomba
A publicação ainda trás histórias pouco exploradas ocorridas durante o período de Ditadura e lembra como um título de reportagem o salvou da morte. O episódio se refere ao atendado à bomba contra o edifício-sede do Estadão, em São Paulo, no dia 16 de novembro de 1983.
O jornalista conta que se encaminhava para pegar o elevador e deixar a redação após um exaustivo dia de trabalho quando foi chamado por um colega para que revisasse o título de uma reportagem. Minutos depois, o estrondo tomou conta do andar. A bomba-relógio, que detonou dois botijões de gás, explodiu o elevador do prédio. Mitre e o colega teriam morrido.
Lançamento
Livro: “Debate na Veia – nos Bastidores da Tevê. A Democracia no Centro do Jogo”
Autor: Fernando Mitre
Quando: Quinta, 26, às 18h
Onde: Teatro Áureo Cruz - Avenida da Liberdade, 928.
Editoras: Letra Selvagem e Kotter Editorial