O governo Lula ainda não decidiu como vai encaminhar no Congresso a discussão sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que acaba com a jornada de trabalho 6x1. Mas nos bastidores estimula o debate, inclusive com manifestações aparentemente divergentes dos ministros. Por ora, há uma certeza no Planalto: o tema desvia o foco do ajuste fiscal que é um assunto impopular, pois deve representar cortes, e ainda enfrenta entraves para sua definição.
Não à toa, os ministros Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação, e Luiz Marinho, do Trabalho, além do vice-presidente Geraldo Alckmin já abordaram a questão publicamente. A ideia inicial, ainda sem aval direto do próprio presidente Lula, é de que o governo não deve tomar o protagonismo da pauta, mas deixar o tema crescer no Congresso.
Ainda há dúvidas entre os governistas se o apoio à redução da jornada de trabalho melhoraria a popularidade do governo. No debate sobre regulação da atividade de motoristas de aplicativos, por exemplo, a visão antiga de viés sindical como o assunto foi tratado gerou rejeição. Agora, o temor de afetar o mercado de trabalho com desemprego e redução de salários deverá ser levado em conta.
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) reúne-se nesta quarta-feira, 13, com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Segundo apurou a Coluna do Estadão, ele vai pedir apoio do Planalto à PEC de sua autoria que também acaba com a jornada 6x1. Se houver intenção de acelerar a pauta, a preferência será pela PEC de Reginaldo. A proposta tramita desde 2019 e aguarda designação de novo relator na Comimssão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Enquanto a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) ainda coleta assinaturas para protocolar sua proposta.
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