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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

‘Gostaria muito de participar, mas estou em viagem’, diz Pacheco ao recusar convite para ato do 8/1

Em 2024, Pacheco já havia cancelado viagem com o irmão para participar de cerimônia que marcou um ano da invasão dos prédios dos três Poderes

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Foto do author Iander Porcella
Atualização:

O ato do governo Lula que marcará os dois anos dos ataques golpistas de 8 de Janeiro terá um desfalque de peso: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não está presente no evento desta quarta-feira. “Gostaria muito de participar, mas estou em viagem ao exterior que havia programado antes”, disse o senador à Coluna do Estadão. A Casa será representada na cerimônia pelo vice-presidente, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

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Em janeiro de 2024, quando completou um ano da invasão dos prédios dos três Poderes, Pacheco foi “intimado” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a participar do ato e, naquela vez, já havia cancelado uma viagem para atender ao chamado do petista.

“Fui devidamente intimado pelo presidente da República. Ele me falou ‘Pacheco, estou pensando em fazer um evento do 8 de Janeiro. Passou um ano, a gente precisa não deixar esquecer isso’”, contou o senador, durante café da manhã com jornalistas na residência oficial do Senado, em 22 de dezembro de 2023.

Na ocasião, Pacheco respondeu a Lula que concordava com a ideia, mas não estaria em Brasília em 8 de janeiro de 2024 porque faria uma viagem com seu irmão. “Ele (Lula) não gostou. Passou um tempo, o Flávio Dino me ligou”, relatou o presidente do Senado. O então ministro da Justiça e Segurança Pública - agora ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) - telefonou para combinar com o senador a organização do evento.

Pacheco, então, disse a Dino que organizaria o ato, mas voltou a afirmar que não poderia estar presente. Depois disso, Lula ligou para o presidente do Senado e insistiu para que ele fosse a Brasília no 8 de janeiro. “Pacheco, liga lá para o seu irmão e fala que você vai no dia 9″, propôs o petista ao senador. O presidente do Senado, então, concordou em participar do evento no ano passado.

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Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda não informou se irá ao ato. Procurado pela Coluna do Estadão na segunda-feira, 6, ele não deu previsão para responder ao convite do Palácio do Planalto. Os três comandantes militares, por sua vez, confirmaram presença na cerimônia. O ato começará no Planalto e depois seguirá na Praça dos Três Poderes. Dois anos antes, Planalto, Congresso e Supremo foram invadidos e depredados por bolsonaristas inconformados com a vitória de Lula nas urnas.

No evento do ano passado, marco do primeiro aniversário dos ataques golpistas, Lira comunicou que não participaria em cima da hora. Horas antes do ato, alegou problemas de saúde na família. A cerimônia aconteceu no Congresso.

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