O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), estava fora de Brasília quando o Parque Nacional começou a pegar fogo, ainda no domingo, 15 — data em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobrevoou o local — e só retornou à capital do País na manhã de segunda-feira, 16, horas após uma reunião de emergência convocada por ele mesmo para discutir enfrentamento aos incêndios.
Ibaneis passou o final de semana em São Paulo em agendas pessoais. À Coluna do Estadão, ele afirmou que marcou a reunião, deu as orientações, e deixou as deliberações para quando chegasse a Brasília. “Estou acompanhando tudo desde o início, em contato direto com o comandante do corpo de bombeiros, com a Defesa Civil, Casa Civil, secretaria de Saúde, do Meio Ambiente, com o Instituto Brasília Ambiental (Ibram)”, disse. “A vice-governadora Celina Leão participou da reunião a meu pedido, mas quem deliberou sobre tudo fui eu.”
O emedebista tem sido alvo de críticas da oposição por ter se ausentado de Brasília durante o final de semana e nas primeiras horas da segunda-feira, enquanto o Distrito Federal já estava em situação crítica diante de incêndios. Aulas foram canceladas em razão da fumaça. “O governador deveria estar na cidade, trabalhando incansavelmente para combater o fogo e prevenir os efeitos causados pelos 146 dias de seca”, afirmou o deputado distrital Fábio Felix (PSOL).
Para os governos distrital e federal, há um movimento coordenado de criminosos para provocar as queimadas. O governador do DF deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros governadores na próxima quinta-feira, 19, para debater uma ação conjunta de enfrentamento aos incêndios.
Em 2023, No mesmo dia das manifestações do 8 de janeiro, Ibaneis foi afastado do cargo por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, o magistrado argumentou que havia “diversos e fortíssimos indícios apontam graves falhas na atuação dos órgãos de segurança pública do Distrito Federal, pelos quais é o responsável direto o governador”.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.