O governo de Roraima, que faz fronteira com Guiana e Venezuela, teme que o agravamento da crise na região gere uma onda migratória de cidadãos dos dois países para o Estado, que já é destino de refugiados. “As despesas com migração correm todas por conta do governo estadual e vêm sobrecarregando os cofres e os serviços públicos”, diz a gestão de Antônio Denarium (PP), em nota enviada à Coluna.
A crise entre Venezuela e Guiana é causada por uma disputa territorial centenária por Essequibo. A região hoje faz parte do território da Guiana, mas é reivindicada pela ditadura de Maduro, que fez um plebiscito na semana passada propondo anexar quase 70% do território da Guiana. O local possui reserva vasta de petróleo e é motor para o crescimento econômico do país, o maior do mundo em 2022.
“A preocupação do governo de Roraima está na possibilidade de, em caso de agravamento da tensão, haja um aumento da migração de venezuelanos e o início de uma migração de guianenses também”, afirma a nota. “É importante destacar que mais de 1 milhão de venezuelanos já entrara em território brasileiro, dos quais 700 mil pela fronteira de Roraima e desses, em torno de 180 mil já compõem a população do Estado”.
Roraima diz manter boa relação com Venezuela e Guiana e espera que a “solução sobre a disputa da área correspondente a Essequibo se dê de forma pacífica e sem prejuízo a população dos países envolvidos”.
Ontem, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta segunda-feira, 11, que as Forças Armadas não vão permitir “em hipótese nenhuma” que o exército venezuelano entre em território brasileiro para invadir a Guiana. “Eles só chegarão pela Guiana se passassem pelo território brasileiro, e nós não vamos permitir em hipótese nenhuma”, afirmou o ministro da Defesa.
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