Senadores ligados ao governo Lula e à oposição disputam a relatoria do projeto de lei que cria o marco legal da energia eólica offshore (em alto-mar). O texto voltará ao Senado após ser aprovado na Câmara com “jabutis” - emendas que inserem temas alheios à proposta original - que podem aumentar a tarifa de energia em 11%, segundo estudo da consultoria de energia PSR.
O governo quer a relatoria com um aliado porque busca protagonismo na pauta ambiental, de olho em dividendos políticos para apresentar na Conferência do Clima (COP) de Belém, em 2025, aos olhos de toda a comunidade mundial. Já a oposição ressalta que fez o parecer anterior e reivindica a manutenção da pauta.
A definição caberá ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tem se aproximado do Palácio do Planalto. Se Pacheco designar um relator ligado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a tendência é que o senador Weverton (PDT-MA), vice-líder do governo Lula na Casa, seja o escolhido. Na oposição, o pedido é que o relator seja Carlos Portinho (PL-RJ), que exerceu esse papel quando o texto passou no Senado pela primeira vez.
O lobby do setor de energia pretende entrar com força na tramitação do projeto, o que promete esquentar a disputa pela relatoria. Os jabutis podem gerar um custo extra de R$ 40 bilhões por ano na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
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