As idas e vindas do governo Lula sobre a desoneração da folha de pagamento de 17 setores provocaram uma crise com prefeitos de todo o País, ontem, tensionando o ambiente de articulações para as eleições de 2024. O governo publicou medida provisória derrubando a reoneração no setor privado, mas deixou as gestões municipais de fora, ou seja, sem desconto na alíquota previdenciária, de 20% para 8%.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) reagiu imediatamente e convocou mobilização para 6 de março, véspera do início da janela partidária. O período permite que vereadores troquem de partido sem perder o mandato, e as tratativas para essas mudanças envolvem conversas para as formações das chapas que disputarão os cargos de prefeito e vice.
Caciques da política nacional cobraram do Planalto a reabertura de diálogo. De Minas, estado que mais tem municípios no País, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), abriu a sessão, ontem, exigindo uma solução do governo. O mineiro tem pretensões políticas para 2026 e vai deve se colocar como o interlocutor entre as gestões municipais e o ministro Fernando Haddad.
O relator do projeto de desoneração, senador Angelo Coronel (BA), responsável por incluir na proposta o benefício para a prefeituras, reclamou. Ele também é do PSD de Pacheco e de Gilberto Kassab, que tem como meta para este ano manter o partido com o maior número de prefeitos no Brasil.
O relator do projeto de desoneração, senador Angelo Coronel (BA), responsável por incluir na proposta o benefício para a prefeituras, reclamou. Ele também é do PSD de Pacheco e de Gilberto Kassab, que tem como meta para este ano manter o partido com o maior número de prefeitos no Brasil.
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