O governo brasileiro deu mais um passo para viabilizar a troca de comando na embaixada do Brasil em Washington: Brasília enviou ao governo de Joe Biden, nos Estados Unidos, pedido de agrément para confirmar a indicação da nova escolhida para a função. O caso tramita em sigilo, pois é praxe que se aguarde o aval do país anfitrião para o anúncio, mas interlocutores do governo confirmam que a embaixadora do Brasil nos EUA será a diplomata Maria Luiza Viotti.
Viotti foi cotada para o posto de chanceler, antes de indicação de Mauro Vieira, e sua indicação para Washington já era esperada. Diplomatas alinhados a diferentes vertentes políticas dentro do Itamaraty afirmam que ela é uma profissional admirada na corporação.
Na semana passada, o governo Lula frustrou expectativas no Ministério das Relações Exteriores ao anunciar Julio Bitelli como novo embaixador brasileiro na Argentina. Mulheres diplomatas, que tem cobrado mais espaço no alto escalão da carreira, esperavam ver embaixadoras anunciadas para Buenos Aires e Washington. Os sinais recebidos internamente eram de que a diplomata Gisela Padovan assumiria o cargo na Argentina, o que não aconteceu. Nas palavras de um embaixador, o ministério “veio abaixo” com o anúncio de um homem para o cargo em Buenos Aires.
Se o sinal verde dos americanos para Maria Luiza Viotti chegar a tempo, ela pode acompanhar Lula na visita a Biden em Washington, agendada para 10 de fevereiro.
Atualmente no posto, o embaixador Nestor Forster, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve estar de férias quando a comitiva de Lula passar pela capital americana. Forster foi exonerado do cargo no início do mês, mas segue à frente da embaixada pelo prazo protocolar de 60 dias, até o início de março.
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