O governo Lula entrou em seu terceiro ano sem previsão de criar a Autoridade Climática, promessa da campanha do petista em 2022 para enfrentar os impactos do aquecimento global. A Casa Civil afirmou que não há uma proposta formalizada para a criação do órgão ambiental. Questionada pela Coluna do Estadão nesta quarta-feira, 8, durante o ato de dois anos do 8 de Janeiro, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não respondeu quando a promessa do governo será cumprida.
Em setembro do ano passado, Lula anunciou que criaria a Autoridade Climática. A declaração, feita durante uma visita a áreas afetadas pela seca no Amazonas, não teve qualquer detalhe de quando isso acontecerá.
A Autoridade Climática é uma promessa de campanha de Lula. No governo de transição, o PT avaliava indicar Marina Silva como chefe desse novo órgão, responsável por enfrentar as consequências das mudanças do clima. Na época, Marina defendeu que o cargo fosse ocupado por um técnico.
Um dos entraves para a promessa sair do papel é decidir se a Autoridade Climática ficaria subordinada ao Palácio do Planalto ou ao Ministério do Meio Ambiente. Interlocutores da Presidência afirmam que o órgão perderia peso político se saísse do Planalto. No Meio Ambiente, por outro lado, a avaliação é que a vinculação à Presidência deixaria o órgão técnico suscetível a interferências do governo de ocasião.
Procurado, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que as negociações são coordenadas pela Casa Civil, e que também participam das conversas os Ministérios da Integração; Defesa; e Justiça. A pasta não respondeu qual é a previsão de criação da Autoridade Climática.
A Casa Civil disse que os ministérios trabalham para chegar a uma proposta formalizada sobre o tema. “A Casa Civil e o Ministério do Meio Ambiente estão em diálogo permanente para avaliar quais seriam os contornos da medida de criação da Autoridade Climática”, afirmou a pasta.
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