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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia

Governo Lula vai liberar bancada na votação sobre prisão de Chiquinho Brazão

A Câmara vota nesta quarta-feira se mantém ou não a detenção do parlamentar, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco

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Foto do author Augusto Tenório
Atualização:

O governo Lula sinalizou na noite desta terça que vai liberar a sua base para votar pela manutenção ou revogação da prisão do deputado Chiquinho Brazão (RJ), que será decidida no plenário da Câmara na tarde desta quarta-feira, 09. A avaliação do Planalto é que a aproximação do tema poderia politizá-lo ainda mais, prejudicando os aliados que querem manter preso o parlamentar acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco.

Chiquinho Brazão foi detido preventivamente no final do mês passado e o plenário da Câmara precisa de 257 votos favoráveis para mantê-lo preso. Mas, nos bastidores do Congresso, não há sinalização clara sobre como se comportarão as bancadas, pois o tema é perpassado por três questões espinhosas para os parlamentares:

  • O assassinato, que pode levar as bancadas de esquerda e da segurança pública a votar a favor da manutenção da prisão;
  • A corroboração de uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou as prisões. Isso leva a oposição a querer votar contra a manutenção da prisão;
  • A criação de um precedente para manutenção de prisões preventivas de deputados por outros crimes, o que causa receio ao Centrão, levando esse grupo a votar contra a manutenção da detenção.

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Ao pautar a votação sem ter uma previsão clara sobre o resultado, presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que fez sua parte para que a Casa não passe a imagem de conivência com o colega. Se Brazão for solto, o ônus político recairá sobre os parlamentares que votarem “não”. O Centrão ainda estuda esvaziar o plenário, o que poderia livrar o colega sem deixar digitais.

Na semana passada, houve repercussão negativa para a Câmara após o adiamento da votação. Lira apontou que não vai mais segurar a deliberação e que respeitará a soberania do plenário. Ou seja, caberá às partes interessadas correrem atrás dos votos para manter ou revogar a prisão do parlamentar.

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O presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT).  Foto: Wilton Junior/ Estadao
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