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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Haddad e Planalto divergem sobre regulamentação de apostas esportivas

Fazenda quer vigência imediata da medida

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Foto do author Julia Lindner
Atualização:

O Ministério da Fazenda entrou em choque com a área política do governo sobre a regulamentação das apostas esportivas no Brasil. Enquanto o Palácio do Planalto quer aguardar para enviar a proposta que trata do assunto, a pasta comandada por Fernando Haddad tem pressa e defende que uma medida provisória (que tem efeito imediato) seja enviada ainda neste mês para ajudar na arrecadação.

O ministro Fernando Haddad (Fazenda). Foto: Wilton Junior/Estadão - 05/06/2023

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No Planalto, há disposição para encaminhar um projeto de lei somente após o fim da CPI que apura irregularidades nas apostas esportivas, o que deve levar meses.

Para integrantes da equipe de Haddad, no entanto, o prazo extra é parte de uma jogada das empresas que querem continuar irregulares no Brasil para continuarem sem pagar imposto e sem fiscalização adequada sobre manipulação de resultados.

Além disso, a Fazenda alega que empresas que pretendiam entrar no Brasil estão desistindo por conta da demora na regulamentação.

Como mostrou a Coluna, o Planalto estudava inicialmente encaminhar a regulamentação das apostas após a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, através de um projeto de lei em regime de urgência. O PL seria necessário para permitir a criação de uma agência reguladora. Mas, agora, pode ficar para depois.

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A MP, por outro lado, tem efeito imediato e é mais favorável para garantir a arrecadação com celeridade, como a equipe econômica deseja. A saída poderia ser fatiar a proposta e encaminhar uma parte através da MP e outra através do PL.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) cobrou, em março, a regulamentação do setor. Na representação, o procurador Lucas Furtado afirmou que há “omissão do poder público em regulamentar a atividade de promoção de apostas esportivas ‘online’” e que isso não poderia mais se perpetuar.

“Essa falta de regulamentação pode causar prejuízo bilionário aos cofres públicos”, declarou Furtado.

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