O presidente do PSD, Gilberto Kassab, definiu o alvo e acertou com precisão o ataque ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Disse que Haddad é “fraco” e “não consegue se impor no governo”.
Considerado hoje o maior articulador do centro no País, Kassab terá poder decisivo para guiar a aliança desse grupo político nas eleições presidenciais de 2026. Sua declaração expõe que o PT está ficando sem opções.
A crítica não foi verbalizada em público aleatoriamente. Ocorre num momento em que pesquisa Quaest mostra que a popularidade do governo e também do próprio presidente Lula está afundando. Também na mesma semana em que o nome da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, é apontado para comandar a Secretaria-Geral da Presidência.
Gleisi é uma das principais vozes que enfraquecem Fernando Haddad. Sua batuta orquestrou ataques ao ministro e às medidas gestadas por ele para tentar fazer um ajuste fiscal classificado pela petista como “austericídio”. Junte-se a essa sequência de “coincidências” o fato de Lula ter levantado dúvidas sobre sua candidatura à reeleição, condicionando-a a questões de saúde.
Sem Lula, quem poderia ser o candidato do PT em 2026? Nomes dentro da sigla querendo esse espaço não faltam. Quiçá desejo da própria Gleisi caso o PT resolvesse radicalizar para a extrema esquerda.
Entretanto, o próprio Lula só ganhou quando moderou o tom. E, hoje, Fernando Haddad ainda seria o nome com mais potencial de agrupar alianças e afastar a desconfiança de diversos setores.
Logo, a fragilidade de Haddad, dentro do próprio partido e na condução da política econômica, amplia a ‘lulodependência’ na esquerda para 2026.
Com sua declaração, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, reforça que embora esteja hoje no governo Lula, não está agarrado ao PT. Ao contrário disso, firmou os dois pés no projeto político do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
A mensagem pode ser lida também como um alerta: corram para tentar ajustar rotas e “reconquistar” o PSD. Afinal, o governo Lula está às vésperas de fazer novas acomodações nos ministérios. Além disso, se a popularidade da atual gestão for recuperada e apontar uma candidatura viável para 2026, o recado teria surtido efeito. Ou seja, daria”permissão” ao PSD para manter a atual parceria com os governistas.
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