Para engrossar sua articulação internacional pela taxação de super-ricos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai ao Vaticano na próxima semana participar do workshop “Enfrentar a crise da dívida no Sul Global”, promovido pela Pontifícia Academia de Ciências Sociais, ligada à Santa Sé. O evento está marcado para o dia 5 de junho.
O governo Lula tem a taxação dos super-ricos para financiar o combate à fome e as mudanças climáticas como uma bandeira, e quer levar a discussão a mais fóruns internacionais. Os Estados Unidos são contra a medida. Haddad já a defendeu em reuniões do G-20, que neste ano está sob a presidência brasileira. O Palácio do Planalto espera que o assunto entre também na pauta do G-7, após ser discutida no Vaticano.
O Papa Francisco e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são presenças confirmadas na cúpula do G-7, que acontecerá entre 13 e 15 de julho, na Itália.
A Pontifícia Academia de Ciências Sociais é um dos braços acadêmicos da Santa Sé. Entre seus integrantes está Martín Guzmán, ex-ministro de Economia da Argentina, e Joseph E. Stiglitz, economista americano com quem Haddad encontrou-se às margens do G-7 Financeiro de 2023, no Japão. Na edição deste ano, o ministro foi representado por sua secretária para Assuntos Internacionais, Tatiana Rosito.
“Grandes acadêmicos, formuladores de política de alto nível, integrantes de instituições multilaterais e líderes religiosos vão se reunir para discutir grandes problemas para a sociedade global e propor reformas internacionais”, diz a Pontifícia Academia de Ciências Sociais, sobre o workshop marcado para debater a crise da dívida no Sul Global.
Haddad deve aproveitar a véspera dos painéis, em 4 de junho, para reuniões bilaterais com ministros de Finanças de outros países. Um encontro com o Papa Francisco ainda está em aberto. O chefe da Igreja Católica, contudo, avalia comparecer a um dos painéis do workshop.
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