“O Hamas está numa situação difícil. A sua infraestrutura militar foi quase totalmente destruída e eles precisam se reorganizar. Portanto, a minha impressão é que eles vão tentar encontrar todos os pretextos do mundo para alargar o máximo possível o cessar-fogo”, ressalta o jornalista Henrique Cymerman, que foi eleito ‘anjo da paz’, pelo Papa Francisco, por sua atuação na cobertura de guerra no Oriente Médio há mais de 20 anos.
Cymerman, que já entrevistou quase todos os líderes do Hamas, falou com exclusividade à Coluna, e analisou a estratégia dos terroristas. “Eles já dizem que precisam de mais dias para encontrar as crianças. Tudo isso é uma estratégia para esfriar o ataque de Israel, convidar a comunidade internacional a pressionar para cessar os ataques e ao mesmo tempo reorganizar-se militarmente para fazer frente à segunda fase”, avaliou o jornalista que é membro do Instituto Brasil-Israel.
Opinião pública foi responsável por libertação de reféns
“O que aconteceu hoje tem uma importância do ponto de vista da opinião pública de Israel e da sociedade para devolver os reféns. A opinião pública de Israel é a responsável pelo o que aconteceu nesta sexta-feira. Foi quem pressionou o governo a tal ponto dizendo: ‘enquanto não voltaram os reféns não termina a campanha”.
Povo de Israel vê a ignorância de alguns países sobre o que o Hamas significa
“Há em Israel a impressão de que existe uma enorme ignorância em alguns países sobre o que o Hamas realmente significa. Quando em Israel se vê imagens de manifestações no Brasil de pessoas que têm a camisa do Hamas, as pessoas se perguntam se no Brasil elas percebem o que significa ter a camisa do Hamas. Ter a camisa do Hamas significa pertencer a um grupo neofascista, fundamentalista, islamista radical que quer, como disse a mim um de seus líderes Mahmoud Al-Zahar, que todo mundo seja islâmico. Quer que a mulher não possa sair na rua livremente, que os homossexuais vão para a prisão, na melhor das hipóteses, ou morram enforcados na pior”.
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