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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer

Indicação de Galípolo, o ‘menino de ouro’, é nova vitória do pragmatismo de Haddad sobre ala do PT

Ministro da Fazenda protagoniza embates sobre condução da economia com expoentes da sigla, que têm criticado a atuação do economista na diretoria do Banco Central

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Foto do author Eduardo Gayer

A indicação de Gabriel Galípolo para presidência do Banco Central, amplamente esperada em Brasília e confirmada nesta quarta-feira, representa uma nova vitória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a ala desenvolvimentista do PT. Como mostrou a Coluna do Estadão em junho, a interrupção dos cortes de juros pelo BC com apoio de Galípolo levou o diretor de política monetária da autarquia para a “fogueira” de quadros importantes do partido — embora ele nunca tenha deixado de ser o favorito para suceder Roberto Campos Neto.

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Desde o início do governo, Haddad protagoniza embates econômicos com expoentes do PT, incluindo a presidente Gleisi Hoffmann. No ano passado, a cúpula do partido afirmou que o governo fazia um “austericídio fiscal”. As divergências sobre o melhor caminho para a economia também opuseram Galípolo e a sigla.

Em junho, após o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar a manutenção da Selic em 10,5%, petistas de peso diziam nos bastidores que Galípolo havia sido “cooptado” pelo mercado, e passaram a defender outra indicação à presidência do BC, como a do economista André Lara Resende. Mas até naquele momento esses mesmos interlocutores apostavam que, na hora “H”, Lula atenderia Haddad em um gesto pragmático e indicaria o ex-presidente do Banco Fator, a quem chama de “menino de ouro”.

Galípolo foi secretário executivo de Haddad na Fazenda e tem interlocução direta com o presidente da República. Foi ele um dos principais responsáveis por convencer Lula a baixar o tom sobre o Banco Central para estancar a disparada do dólar.

Em público, ninguém deve contestar a indicação do presidente. Até mesmo os petistas mais à esquerda, e críticos contumazes da política monetária brasileira, se manifestaram após a oficialização de Galípolo. Mas não sem deixar demarcada a demanda por corte de juros.

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“Galípolo é o indicado de Lula para a presidência do BC. Que inicie tão logo assuma uma trajetória de queda da taxa Selic. Desejo sucesso e que faça uma gestão que ajude o Brasil a crescer e gerar empregos. Campos Neto sabotador já vai tarde!”, publicou nas redes sociais o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou hoje a indicação do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, para a presidência da instituição. Foto: FOTO: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
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