A indústria química reforçou a pressão sobre o governo Lula pelo aumento do imposto de importação para produtos do setor. A demanda para incluir 65 produtos químicos na Lista de Elevações Transitórias à Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul é antiga, mas ganhou novos capítulos nesta semana em meio ao esforço da equipe econômica para fechar as contas públicas.
De acordo com números da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a importação de produtos químicos cresceu 31,2% no ano passado, ampliando a ociosidade da indústria doméstica do setor para 36%, maior nível nos últimos 30 anos. Como consequência, diz a associação, o recolhimento de tributos federais advindos da indústria química recuou R$ 8 bilhões em 2023.
Lideranças do setor apostam que o argumento fiscal pode ajudar no destravamento da demanda pelo aumento do imposto de importação. Na última quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um corte de R$ 25,9 bilhões em gastos públicos para o governo federal garantir o cumprimento do arcabouço fiscal.
Na última terça-feira, 2, o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos Cordeiro, foi ao gabinete do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, reiterar o pleito do setor. Titular da pasta, o vice-presidente Geraldo Alckmin, estava em viagem oficial a Rondônia.
A elevação do imposto de importação para produtos químicos precisa ser submetida à Câmara de Comércio Exterior (Camex), atrelada ao MDIC.
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