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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer

Instituto israelita cobra USP por “leniência” em ataques antissemitas

Desde o início do ano a Faculdade de Direito da USP vê alta de inscrições nazistas em suas instalações; procurada, a USP não se manifestou sobre a queixa da entidade, mas ressaltou as medidas adotadas na última semana para apurar os ataques de cunho nazista.

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O Instituto Brasil Israel (IRB) acusou a Universidade de São Paulo (USP) e outras instituições no País de serem lenientes com o crescente aumento de casos de apologia ao nazismo em suas instalações. “A USP e demais universidades brasileiras precisam combater com diligência o antissemitismo. E devem deixar de ser lenientes diante do antissemitismo disfarçado de antissionismo”, afirmou a diretora-executiva do IBI, Manoela Miklos, à Coluna do Estadão. No episódio mais recente, imagens de suásticas foram talhadas na madeira dos elevadores, mesas e cadeiras, e gravadas na placa de metal que identifica uma das salas de aula da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

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Procurada, a USP não se manifestou sobre a queixa da entidade, mas ressaltou as medidas adotadas na última semana para apurar os ataques de cunho nazista. A diretoria da Faculdade acionou o Ministério Público e o diretor da Faculdade, Celso Campilongo, disse em reunião com os professores que “a gravação de símbolos nazistas pelo campus é intolerável e que os responsáveis, quando identificados, serão punidos”.

Para o Instituto Brasil Israel, o mais preocupante é a frequência com que os casos vêm ocorrendo no ambiente acadêmico. “O ocorrido é mais um sinal de que universidades, instituições que devem encarnar a democracia, liberdade e o respeito, se tornaram terra fértil para o preconceito, a intolerância e o ódio. Vemos com grande preocupação e nos preocupa que esse não seja um caso isolado. É um ato trágico que se repete com cada vez mais frequência em universidades de todo o País”, lamentou Manoela Miklos.

Perguntado se adotaria alguma medida junto às universidades, para ampliar o diálogo com os alunos e iniciar campanhas educativas, o IBI destacou que trabalha no combate ao preconceito e intolerância, especialmente a partir do viés da educação e com a divulgação do Guia contra o Antissemitismo.

O manual será distribuído gratuitamente para ajudar a população a identificar os casos de discriminação contra os judeus e saber como agir. Como mostrou a Coluna, o guia observa que, em cada país, o antissemitismo se manifesta de uma maneira distinta, mas suas bases são as mesmas: ofensas a uma pessoa ou judeus como grupo; difamações; discurso de incitação ao ódio em manifestações públicas, redes sociais e outras plataformas, pichações com símbolos nazistas, violência física, cerceamento de direitos e até assassinatos.

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Faculdade de Direito da USP - Universidade de São Paulo, no Largo de São Francisco na região central da capital paulista Foto: WERTHER