O Ministério das Relações Exteriores convocou nesta segunda-feira (25) o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, a prestar esclarecimentos sobre a hospedagem de dois dias oferecida ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o carnaval. O “abrigo” ao ex-presidente foi revelado pelo The New York Times. O premiê da Hungria, Viktor Orbán, é um dos aliados de Bolsonaro no cenário internacional.
Halmai conversou nesta tarde por cerca de 20 minutos com a secretária de Europa e América do Norte, embaixadora Maria Luísa Escorel. Ou seja, não foi um chamamento a nível ministerial. Uma conversa com o chanceler Mauro Vieira seria considerada mais “grave” na linguagem diplomática.
Segundo apurou a Coluna do Estadão, o embaixador falou pouco e tratou a hospedagem a Bolsonaro como algo “normal”, sem motivos para esclarecimento detalhado. A diplomacia brasileira está incrédula com o tom adotado pelo diplomata.
A Polícia Federal (PF) vai investigar se Bolsonaro (PL) tentou articular, nessa hospedagem, alguma manobra diplomática para evitar ser preso no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente ficou na Embaixada da Hungria em Brasília entre os dias 12 e 14 de fevereiro, após ter sido obrigado a entregar seu passaporte.
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