O ex-deputado federal Jean Wyllys, que vai ganhar um cargo no governo Lula e tem a primeira-dama Janja da Silva como madrinha na empreitada, já é alvo de fogo amigo no Palácio do Planalto antes mesmo de sentar na cadeira.
Neste momento, contudo, ninguém cogita a possibilidade de Jean Wyllys cair. Com a benção de Janja, o “fogo amigo” é insuficiente para derrubar o ex-deputado.
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Nos bastidores, uma ala da equipe palaciana reclama do estilo “agressivo” do petista nas redes sociais, que pouco colaboraria com a promessa de Lula de pacificar o País após os anos de rusgas políticas na gestão Jair Bolsonaro. O lema do governo federal é “União e Reconstrução”.
Wyllys dá motivo para a tensão com sua chegada. Ele protagonizou um bate-boca com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), figura que tem mantido um bom diálogo com o Palácio do Planalto apesar do distanciamento ideológico.
O futuro integrante da Secretaria de Comunicação Social, ainda sem cargo definido, afirmou que Eduardo Leite tem “homofobia internalizada” e “fetiche” por militares por manter as escolas cívico-militares no Rio Grande do Sul a despeito da decisão do Ministério da Educação, que derrubou a medida a nível federal, como revelado pelo Estadão. O governador chamou a declaração de “deprimente”.
Em outra postagem, Jean Wyllys afirmou que quem votou ou apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018 “estava do lado dos assassinos de Marielle Franco”. Ele disse que não respeita “essa gente”, justamente no momento em que o Centrão, antes aliado a Bolsonaro, negocia os termos do embarque no governo Lula.
“Quem votou, apoiou, financiou ou associou-se a Bolsonaro em 2018 estava do lado dos assassinos de Marielle Franco. Não respeito nem perdoou (só quem pode perdoar é Deus) essa gente!”, publicou o ex-BBB nas redes sociais.
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