O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o deputado federal Aécio Neves (MG) operam nos bastidores do PSDB para evitar um racha na convenção do partido que vai escolher sua nova executiva nacional.
Depois de a Justiça anular a nomeação de Leite como presidente do PSDB e determinar a realização de eleição num prazo de 30 dias, alas tucanas chegaram a avaliar internamente se isso poderia enfraquecê-lo e abrir espaço para conduzir Aécio ao comando da sigla. Os dois, porém, fizeram questão de acionar interlocutores para deixar claro que não vão compactuar com quaisquer cizânias.
O partido carrega um trauma das prévias presidenciais realizadas em 2021. Na ocasião, lançou três candidatos que queriam concorrer ao Planalto: Eduardo Leite, João Dória e Arthur Virgílio. Mas, o que poderia ser uma mostra de democracia partidária serviu apenas para expor as mazelas de um partido fragmentado. O processo causou tantos danos que o partido, pela primeira vez desde a redemocratização, não disputou a Presidência da República. Além disso, encolheu nos estados e no Congresso.
Leite está motivado para gerir o PSDB, dizem interlocutores
A decisão da Justiça que obrigou eleição da Executiva do PSDB ocorreu num momento em que o governador Eduardo Leite enfrenta uma tragédia provocada pelas enchentes em seu Estado. Consequentemente, ele ficou mais afastado das discussões e articulações sobre o comando do partido na última semana.
Mas, segundo pessoas próximas, o governador está motivado para concorrer a presidência da sigla. “O que antes era uma missão, agora é um desejo”, diz uma das pessoas da cúpula tucana.
Falta de quadros dificulta formação de mais de uma chapa
A convenção nacional do PSDB estava programada para ocorrer em novembro, sem data definida. Pode ser antecipada devido à decisão judicial. Hoje a cúpula tem 11 integrantes. O número vai aumentar para 18 componentes da cúpula. No atual cenário, o partido teria dificuldade para formar mais de uma chapa com nomes fortes.
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