PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer

Lewandowski e Lula deixam ‘República do Maranhão’ na corda bamba do Ministério da Justiça

Cappelli, seu adjunto e diretor-geral da PRF têm futuro incerto; secretário do consumidor e chefe da PF ficam no cargo após troca de guarda na pasta

PUBLICIDADE

Foto do author Eduardo Gayer

O iminente anúncio do ex-presidente do STF Ricardo Lewandowski como novo ministro da Justiça deflagrou um clima de insegurança na pasta, que ameaça, principalmente, a “República do Maranhão” — isto é, a equipe trazida por Flávio Dino de seu Estado natal e que não tem trânsito junto ao entorno do ex-magistrado.

Na manhã de segunda-feira, Lewandowski reuniu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada e alegou a necessidade de autonomia para montar um time de sua confiança. Aliados do ministro aposentado dizem que ele não pode trabalhar sob a sombra de Flávio Dino, que vai assumir uma cadeira no Supremo.

O ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski. Foto: Dida Sampaio/Estadão

PUBLICIDADE

Entre os servidores que vieram do Maranhão com Dino estão o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, e seu adjunto, Diego Galdino, além do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Antônio Fernando de Souza. A permanência deles é considerada incerta se Lewandowski, de fato, tomar posse no Palácio da Justiça.

Cappelli foi secretário de comunicação do Maranhão quando Dino era governador. Galdino foi chefe da Casa Civil e Souza, por sua vez, comandou a superintendência da PRF no Estado.

Também não se sabe o futuro de nomes ligados ao PSB, como os secretários Augusto de Arruda Botelho (Justiça), Elias Vaz (Assuntos Legislativos) e Tadeu Alencar (Segurança Pública). Eles não são da República do Maranhão.

Publicidade

Botelho tem menos trânsito no partido que os colegas, mas conhece Lewandowski há décadas.

Flávio Dino diante da sua equipe no Ministério da Justiça.  Foto: @justicagovbr via Youtube

O único pedido de Lula na conversa com Lewandowski foi a manutenção do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues. Bem avaliado pelo presidente e pela primeira-dama Janja da Silva, Rodrigues foi chefe da segurança do petista durante a campanha.

O secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, é considerado da cota do PT e igualmente deve ser mantido no cargo.

Da futura equipe de Lewandowski, que só não será ministro em caso de uma reviravolta improvável, é dada como certa a escolha para a secretaria-executiva: o jurista Manoel Carlos de Almeida Neto, diretor jurídico da Companhia Siderúrgica Nacional. Ele é da confiança do ex-magistrado, o que Cappelli não é.

Ex-auxiliar de Lewandowski no Judiciário, Neto foi defendido pelo chefe para sucedê-lo no STF, mas o presidente Lula endereçou a vaga a seu antigo advogado pessoal, o hoje ministro da Corte Cristiano Zanin.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.