O líder do PL na Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (RJ), afirmou que a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro “vai andar”, mesmo após a prisão de quatro militares e um policial que teriam planejado o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além das prisões efetuadas pela operação Contragolpe da Polícia Federal nesta terça-feira, 19, congressistas contrários à anistia repercutem o ataque a bombas na Praça dos Três Poderes, na semana passada.
“Quem era contra a anistia vai usar esses casos para jogar gasolina e fortalecer a sua posição. O presidente Arthur Lira já deu a sua palavra, esse processo vai ter o andamento na Câmara que o presidente Arthur Lira falou”, disse. Perguntado se Lira falou do tema nesta terça, Côrtes afirmou que “ele nunca deixou de garantir que pauta”.
“O presidente Lira já falou várias vezes que vai pautar e que esse projeto vai andar. Não tenho desconfiança nenhuma. O projeto vai andar”, afirmou. No final de outubro, o presidente da Câmara dos Deputados criou uma comissão especial para analisar o projeto lei da anistia aos presos do 8 de Janeiro. Em tese, o movimento atrasa a tramitação da proposta. Uma comissão especial tem duração de pelo menos 40 sessões do plenário para proferir parecer sobre um assunto.
Em relação às prisões, o líder do PL afirmou que “se isso (o que diz a denúncia) aconteceu, é gravíssimo. Eu, sinceramente, gostaria muito de poder ter as informações aqui para dar minha opinião mais concreta... Essas prisões, eu imagino que devem ter uma base muito forte”.
O deputado também afirmou que não conhecia os envolvidos, mas mencionou um encontro que teve na Câmara com o general Mário Fernandes, um dos presos.
Côrtes também elogiou Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa na gestão Bolsonaro, que segundo a Polícia Federal teve envolvimento direto como o suposto plano de militares para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
“Eu conheci o general Braga Netto no curso da política, quando ele foi candidato a vice-presidente do presidente Bolsonaro. Ele é um cara de finíssimo trato. O general Braga Netto, pra mim, não é capaz de matar uma mosca. Essa é a impressão que eu tenho dele”, declarou.
“Aliás, as pessoas que conhecem o Braga Netto pessoalmente acho que têm a mesma impressão que eu tenho. Ele é um cara super pacífico. Eu preciso ver essas provas que estão resultando nessas prisões. É muito difícil acreditar que o general Braga Netto pudesse estar maquinando uma situação como essa”, acrescentou.
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