O líder do PSB na Câmara, Felipe Carreras (PE), afirmou, nesta sexta-feira (23), que ele e os demais líderes partidários se sentiram traídos pelo Palácio do Planalto na votação do arcabouço fiscal no Senado. Com aval do governo, os senadores fizeram alterações ao texto aprovado pelos deputados.
Embora seja da mesma legenda do vice-presidente, Geraldo Alckmin, Carreras sinalizou que o governo Lula pode enfrentar dificuldades nas próximas deliberações na Câmara. A sigla faz parte do maior bloco da Casa, articulado pelo presidente Arthur Lira (PP-AL).
”O governo é muito competente em fazer trapalhada e fragilizar a relação com a Câmara”, disse Carreras à Coluna.
Entre os ajustes no arcabouço, o Senado excluiu das limitações do novo regime fiscal o Fundo Constitucional do Distrito Federal; o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb); e gastos com ciência e tecnologia de forma geral.
Segundo Carreras, os deputados apenas seguiram as orientações do governo, inclusive para não apresentar destaques (alterações) em plenário. Os ajustes feitos no Senado, ainda de acordo com o parlamentar, não foram combinados antes com a Câmara.
“Houve um pacto, nós entregamos os votos, e depois há esse movimento. Fazer algo assim sem combinar é uma infantilidade, até porque o tema voltará à Câmara. A turma ficou chateada“, reclamou o líder do PSB.
A situação piorou ainda mais após o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ter comentado em um evento, durante conversa reservada com alguns parlamentares, que “o Senado fez o que a Câmara não conseguiu”.
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