Interlocutores de Emílio Odebrecht estão convencidos de que livro que escrito pelo empresário sobre a Operação Lava Jato ajudou o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), a anular todas as provas do acordo de leniência da empreiteira. Na decisão, o magistrado afirmou que a prisão do presidente Lula foi “uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado”.
Na obra Uma guerra contra o Brasil - como a Lava Jato agrediu a soberania nacional, enfraqueceu a indústria pesada brasileira e tentou destruir o Grupo Odebrecht, Emílio culpa os investigadores por uma tentativa de destruir a empresa. Ele decidiu contar sua versão do escândalo quase sete anos após ver sua empresa virar alvo da Operação Lava Jato.
No despacho, Toffoli diz que houve conluio para atingir instituições, autoridades, empresas e alvos específicos. Uma das estratégias era a prisão por longo tempo para forçar uma delação premiada.
Preso por dois anos e cinco meses em Curitiba, Marcelo Odebrecht, filho de Emílio, confessou em depoimento que a construtora fazia pagamento de propina para políticos, incluindo a “conta italiano”, exclusiva de recursos para o PT e o Instituto Lula. Ao todo, 77 executivos da empresa fizeram delação premiada. Um deles entregou à operação Lava Jato uma tabela com os codinomes dos partidos políticos.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.