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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Lula demitirá Ana Moser com mesmo roteiro de Daniela Carneiro

Presidente aguarda entendimento com o PP de Arthur Lira para confirmar alteração na pasta

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Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai repetir com a ministra do Esporte, Ana Moser, o mesmo roteiro adotado para a demissão de Daniela Carneiro do Ministério do Turismo. Na reunião da tarde desta terça-feira, 5, antecipada pela Coluna, o petista informou à ex-atleta que precisa do cargo para acomodar o PP do presidente da Câmara, Arthur Lira. Ou seja, já deu o aviso prévio à ministra.

O petista só não a demitiu porque ainda não fechou as linhas finais do contrato com o PP. A bancada do partido continua insatisfeita com o desenho da pasta ofertada. Quer turbiná-la com o Fundo Nacional do Esporte, vetado pelo presidente na sanção da Lei Geral do Esporte, para além de levar a Secretaria Nacional de Apostas, que será criada por decreto.

Ministra do Esporte, Ana Moser Foto: RONALDO CALDAS- Ministério do Esporte

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Lula fez com Daniela o mesmo que agora faz com Moser: avisou que precisaria do cargo, ressaltou que não havia decisão até aquele momento e deu mais uns dias de ministério. Depois, entregou a cadeira a um homem que antes apoiava Jair Bolsonaro. Um filme que agora se repete.

Daniela foi exonerada em 14 de julho. Ela era tratada como uma escolha pessoal de Lula, assim como Ana Moser. Mas quando a ex-ministra do Turismo pediu pra deixar o União Brasil, o partido pressionou pela troca, numa novela que durou mais de um mês até que o presidente Lula construísse uma “saída honrosa“ para a deputada. Agora, o Planalto estuda o que oferecer a Moser.

Para Daniela, foi oferecido o cargo de vice-líder do governo na Câmara, além da construção de um hospital em Belford Roxo, cidade governada por Waguinho, marido da deputada.

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Impasse com o PP também envolve presidência da Caixa

O imbróglio com o PP que deu sobrevida a Moser também envolve a presidência da Caixa Econômica Federal, aspecto da reforma ministerial que ainda é impasse entre governo, que quer negociá-lo depois, e o partido, que exige a mudança agora. E tampouco há consenso no PP sobre a indicação de Margarete Coelho para comandar a Caixa. Uma ala do partido prefere Gilberto Occhi, ex-dirigente do banco sob Temer. E servidores pedem a secretária do Planejamento do RS, Danielle Calazans, funcionária de carreira.

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